ZOOMAKIA
Aventuras da Dialética e suas Metáforas Botânicas no Labirinto da Criatividade

Sinopse.
A Companhia Antropofágica de Teatro estreia no próximo dia 30 de agosto de 2025 novo espetáculo na zona rural paulistana. Unindo arte e ecologia, campo e cidade, feira e orquestra, o evento acontece no Território Cultural Okaracy, situado na Comuna da Terra Irmã Alberta.
Zoomakia é uma aventura peripatética pelos labirintos da criatividade. O trabalho é fruto de uma pesquisa voltada a investigar as potências e capturas da criatividade pelo tempo presente e convida o público a permanecer atento diante de manifestações criativas dialéticas, completando e sugerindo, com sua interação, novos caminhos a cada apresentação.
Zoomakia nasce inspirada por formas e estruturas de diversão populares como parques, feiras e museus. A obra aprofunda e radicaliza a pesquisa da Companhia Antropofágica sobre o teatro de feira, iniciadas em criações passadas como a Feira de Mahagonny Marragoni (2014) e as três edições da Feira Antropofágica de Opinião (2014, 2015 e 2018).
A Companhia se desafia ao propor a criação de um mesmo trabalho que possui duas versões a serem apresentadas igualmente para adultos e para as infâncias e juventudes. A versão para as Infâncias e Juventudes contará com apresentações abertas ao público em geral e apresentações realizadas em escolas públicas e privadas. Ambas foram criadas a partir de dois conceitos centrais para o entendimento sobre a dialética inerente às condições de existência da criança e do adulto: o adultismo e a aetonormatividade, que se referem à normatividade do mundo adulto e a maneira pela qual ela se torna um padrão societário imposto às crianças, em certo sentido funcionando como ideologia.
Com direção geral e dramaturgia de Thiago Reis Vasconcelos, elenco com mais de 20 artistas, cenografia e figurino de Márcio Medina e música ao vivo, o trabalho é composto por um mosaico de estações cênicas em um território rural, onde o público poderá ter contato com o teatro e ao mesmo tempo com a flora e fauna locais, propiciando metáforas sobre a vida e a relação entre natureza, cultura e criatividade.
A Comuna da Terra Irmã Alberta, o Território Cultural Okaracy e a Feira Popular Okaracy
Zoomakia propõe uma experiência que agrega o teatro e a feira, através de um percurso cênico que estará integrado a uma feira comunitária, de funcionamento contínuo durante as sessões, onde serão comercializados alimentos orgânicos in natura e beneficiados, livros novos e usados, bazares diversos, comidas e bebidas, além de intervenções artísticas populares, atividades que formam parte da também estreante Feira Popular Okaracy.
Este trabalho acontece no Território Cultural Okaracy, espaço que vem sendo construído pelo grupo teatral paulistano Companhia Antropofágica. Nos últimos 9 anos, foram realizadas atividades contínuas de formação e fruição culturais, que integram a agroecologia e o pensamento artístico. O Território Cultural Okaracy está localizado na entrada do acampamento Comuna da Terra Irmã Alberta, na altura do km 27,5 da Rodovia Anhanguera, no bairro Chácara Maria Trindade. A Comuna, que ocupa uma área que antes estava destinada a tornar-se um lixão, completou 23 anos sob a organização e organicidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, que luta pela sua consolidação como assentamento da Reforma Agrária na capital paulista.
A Antropofágica e o Projeto Barbatanaz
A Companhia Antropofágica é um grupo de teatro de São Paulo fundado em 2002. Com 27 integrantes permanentes, tem sua trajetória calcada no espírito do Manifesto Antropofágico. Seus mais de 20 espetáculos denotam a busca por uma teatralidade brasileira contemporânea, interessada em explorar as possibilidades criativas contidas na tensão entre as esferas do teatro político, da indústria cultural e das vanguardas estéticas. O grupo transita por formas artísticas variadas, buscando assimilar, como o antropófago, as virtudes do que devora. Nesse processo, o grupo opera com referências nacionais e internacionais, eruditas e populares, da cultura de massas, do cinema, da música, da poesia e das artes plásticas. O resultado é uma linguagem teatral híbrida, marcada por uma genealogia teatral dos mecanismos de poder na sociedade, por uma investigação histórica da subjetividade humana, e pela necessidade permanente de responder ao tempo presente com um teatro original, potente e crítico.
A Antropofágica entre 2024 e 2025 realiza o Projeto Barbatanaz - Dialética da Criatividade, contemplado pela 43ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para Cidade de São Paulo. Neste projeto o grupo levou a público as Experiências Criativas, fruto da investigação acerca de dez palavras geradoras (Acaso, Aniversários, Barbatana, Brinquedo, Cidade, IA, Leitura, Processo, Riso, Silêncio) que contaram com a provocação cênica de artistas como Anarquestra, Deise Morais, Fernando Neves, Luciana Bortoletto, Luciana Schwinden, Marcelo Soler, Rogério CDR, dentre outros. E também os Experimentos Cênicos, realizados em caráter de troca e fomento ao processo criativo em distintos ambientes como Escolas Públicas e Privadas de Ensino Fundamental e Médio e nos territórios permanentes do grupo, no centro o Teatro Pyndorama e na periferia o Território Cultural Okaracy.
Ainda em 2025, a Antropofágica lança a sétima edição da Revista Bucho Ruminante, que reúne material variado sobre a pesquisa em curso, atividades realizadas, entrevistas, reflexões, críticas, fotos, dentre outros conteúdos. Nesta edição irá inaugurar uma sessão especial que trará a tradução de dramaturgias, para a qual convidou a tradutora e escritora Flávia Leal para traduzir uma peça curta e inédita no Brasil de Gertrude Stein. Também irá levar a público a última Experiência Criativa do projeto, referente a palavra geradora Processo, em que realizou uma troca sobre o processo de criação com artistas de diversas linguagens como Adriana Toledo, Ave Terrena, Cia. Deodara, Coletivo Estopô Balaio, Dirce Thomaz, Duo Abdalla, Flora Leite, Frederico Ravioli, Giu Alles, Grupo Esparrama, Gustavot Diaz, Isabela Penov, Jéssica Barbosa, Laura Erber, Mano Glowers, Mário Conte, Palhaço Gelatina, Realidade Desprezível, Renan Teles, Slam da Guilhermina.
Curiosidades e Origens Semânticas de Zoomakia
Zoomakia – Palavra criada a partir dos termos Zoo e Makia (ou Maquia), que realiza um jogo com os diversos significados surgidos da junção dessas duas palavras.
Zoo – Tem origem grega e se refere à vida animal, lembrando os zoológicos, parques cuja principal atração é o contato entre diferentes espécies e o ser humano.
Makia – Palavra originada na filosofia Huna, presente principalmente em ilhas do Havaí, que significa propósito, intenção. Outra acepção diz respeito ao caminho por onde a energia flui. Também representa o conceito de construir alicerces profundos e resistentes, principalmente em tempos de incerteza. Makia foi escolhida em 2024 a palavra do ano no Havaí.
Maquia (Machia) – Palavra de origem grega e latina usada para compor Titanomaquia, Naumaquia, Tauromaquia etc.: neste sentido tem o significado de combate, batalha, luta, conflito.
Maquia – Verbete português que significa porção ou dose de qualquer coisa.
Ficha Técnica.
Realização
Companhia Antropofágica
Direção Geral e Dramaturgia
Thiago Reis Vasconcelos
Elenco
Alessandra Arvati, Alessandra Queiroz, Alex Rabelo, Clayton Lima, Demétrio Abrahão, Fabi Ribeiro, Felipe Herculano, Fernanda Borges, Flávia Ulhôa, Gabriela Jeniffer, Giovanna Perasso, Lívia Bodstein, Martha Guijarro, Mauro Victor, Mayla Jurema, Max Lopez, Pedro Barufi, Rafael Graciola, Renata Adrianna, Santo Bezerra, Suelen Moreira, Venus Czarnobay, Vito Fava, Zernesto Pessoa
Participação Especial
Luciana Bortoletto/Avoa! Núcleo Artístico
Participação na Orquestra
Oficina da Antropofágica do Teatro Pyndorama
Maria Modler
Pedro Caroca
Talita Oliveira
Cocenas: Concepção e Direção
Fernando Neves
Luciana Bortoletto
Ludmila Ryba
Colaboradores Artísticos
Deise Morais
Fernando Neves
Gabi Gonçalves
Luciana Bortoletto
Luciana Schwinden
Ludmila Ryba
Marcelo Soler
Rogério CDR
Direção Musical
Lucas Vasconcelos
Preparação Vocal da Orquestra
Sônia Goussinsky
Musicistas
Bruno Miotto
Flávia Ulhôa
Lucas Vasconcelos
Thiago Reis Vasconcelos
Produção
Maria Tereza Urias
Assistente de Produção
Vi Silva
Débora Xavier
Rogério CDR
Concepção Cênico Espacial
Marcio Medina
Thiago Reis Vasconcelos
Flávia Ulhôa
Cenografia
Marcio Medina
Figurino
Márcio Medina
Assistente de Figurino
Flávia Ulhôa
Escultura Cênica Bandeirante e Animais de Sucata
Márcio Medina
Bonequeiro
Ciro Schu
Adereços Pássaro e Espantalhos
Silvana Marcondes
Julio Dojcsar
Urga Maira (Assistente)
Sebastião Dojcsar (Assistente)
Cenotecnia
Thiago Reis Vasconcelos
Benjamin Mineiro (Mestre de Obras)
Boy in memoriam (Serralheiro)
Diva (Serralheiro)
Iluminação
Alessandra Queiroz
Gustavo A. Amat
Zernesto Pessoa
Feirografia
Flávia Ulhôa
Maria Tereza Urias
Renata Adrianna
Thiago Reis Vasconcelos
Multicolecionografia
Thiago Reis Vasconcelos
Locução Alemã
Annette Ramershoven
Operação de Luz, Som e Vídeo
Gustavo A. Amat
Registro Audiovisual e Fotográfico
Alan Siqueira
Rafael Mafra
Recepção
Pedro Caroca
Arte Gráfica
Flávia Ulhôa
Renata Adrianna
Santo Bezerra
Vito Fava
Mídias Sociais
Mauro Victor
Santo Bezerra
Ano.
2025
